Março Mulher: Câmara de Anápolis reconhece a importância e apoia as mães atípicas no cuidado com os filhos com deficiência

As ações desenvolvidas em benefício das pessoas que enfrentam as mais diversas formas de deficiência, seja no setor público ou no privado, têm a participação de um grupo de mulheres que, muitas das vezes, ficam despercebidas neste contexto, mas que têm papel fundamental no processo: as mães atípicas.

A Câmara Municipal de Anápolis, ao longo dos anos, além de construir políticas públicas essenciais para assegurar diretos das pessoas com deficiência, volta o olhar às mães atípicas, por meio de gestos concretos de apoio e pelo reconhecimento à importância deste grupo de mulheres para o desenvolvimento de seus filhos com deficiência.

Os vereadores Frederico Godoy (Agir) e Reamilton do Autismo (Podemos) são referência da Câmara Municipal de Anápolis nas ações que buscam garantir melhor qualidade de vida às pessoas com deficiência e suas famílias, sua inclusão em todos os campos da relação humana [seja na educação, na saúde, no campo social e no mercado de trabalho] e a luta constante no combate ao preconceito e à discriminação.

Frederico Godoy é deficiente físico e tem uma filha com paralisia cerebral. Reamilton tem Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA) e tem filho autista. Ambos, com profundo conhecimento na área, atuam para minimizar as dificuldades das pessoas com deficiência, e empoderam o grupo das mães atípicas e seus méritos, especialmente pelo amor, carinho e dedicação integral aos filhos.

Reamilton realizou recentemente homenagem às famílias atípicas, com pais e mães de autistas e pessoas com deficiência. O encontro teve como objetivo ouvir as demandas e dificuldades enfrentadas por essa comunidade, especialmente na área da educação. Durante a reunião, os participantes compartilharam suas experiências e desafios, destacando a falta de profissionais de apoio nas escolas.

Neste contexto, Reamilton citou o edital de contratação de 350 cuidadores, cujo resultado de aprovação está publicado na edição desta sexta-feira (21.mar) do Diário Oficial do Município. Uma das principais demandas apresentadas pelas mães atípicas, evidenciadas nas diversas reuniões realizadas por Reamilton com este grupo específico de Mulheres. 

RECONHECIMENTO
Frederico Godoy também acompanha de perto o trabalho das mães atípicas e até já promoveu sessão solene para homenageá-las. Segundo ele, as mães atípicas são aquelas que cuidam de filhos que têm algum tipo de deficiência ou doenças raras. Disse que a comemoração é fruto de uma ideia que lhe foi encaminhada pelos membros da Casa Joana.

Segundo o vereador, as mães atípicas realizam uma missão de dedicação e amor à jornada da maternidade. “Elas têm que equilibrar a vida em cuidar dos filhos e atender as demandas do dia a dia, além de trabalhar. É uma história de superação das adversidades e de solidariedade”, concluiu. 

CASA JOANA
Desde que foi criada, há 14 anos, a Casa Joana já acolheu mais de 14 mil famílias de mães atípicas, que têm filhos em condição de Síndrome de Down, Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou outras deficiências. A fundadora é Juliana Maria José Francis Martins, uma arquiteta de 49 anos que renunciou à profissão para criar uma estrutura voluntária de assistência a mulheres afetadas pelas dificuldades físicas, emocionais e psicológicas em cuidar de uma criança especial. 

A estratégia de ação da Casa Joana é desenvolver o lado cognitivo e promover a interação social de pessoas com síndrome de Down, autismo e outras deficiências. Se trata de uma instituição filantrópica que tem como prioridade acolher as mães atípicas e suas famílias. E, além deste aspecto, oferece atualmente atendimento nas áreas de psicologia, psicanálise, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, estimulação precoce de bebês e natação.

O trabalho da Casa Joana, além de toda a estrutura material e profissional, exerce sobre as mães atípicas um estímulo especial que lhes despertam a força que julgavam não ter, para que enfrentem as dificuldades e superem as barreiras no seu dia a dia.

Juliana Francis lembra que a Casa Joana foi criada para ser um centro de convivência para pessoas com deficiência. E as mães estavam sempre presentes, segundo ela, “muito unidas”, e foram acolhidas. O preconceito, afirma Juliana, é um entrave considerável. “Mas procuramos dar força a elas, para que não baixem a cabeça, não se sintam inferiores a ninguém”, salientou.

As mães são capacitadas para que consigam garantir seus direitos, como a inclusão na escola, na sociedade. A inclusão dos filhos, e delas mesmas. A atual presidente da Casa Joana, Alcilena do Carmo Silva, se mostrou feliz com a homenagem que as mães atípicas receberam na Câmara, “pois a maioria delas é normalmente excluída, e nunca homenageada”. Segundo ela a instituição exerce papel fundamental de cuidar de quem cuida.  

DEDICAÇÃO
Frederico Godoy e Reamilton Espíndola, nas várias manifestações que fazem sobre a importância das mães atípicas, revelam que muitas delas abdicam da própria vida, para cuidar das crianças deficientes. Entendem que há espaço para que o poder público apoie ainda mais entidades como a Casa Joana, e outras que também atuam nesse campo, como a Apae e a Associação Pestalozzi.

As ações de ambos os vereadores, ao longo dos anos, têm sensibilizado as administrações da Câmara Municipal que, atualmente, é cem por cento acessível, com rampas e banheiros para cadeirantes, piso tátil e textos em Braile para deficientes visuais, e língua de sinais nas transmissões de vídeo. Uma causa que os dois lideram, mas que também tem o respaldo de todos os demais vereadores.

Recentemente, o vereador Professor Marcos (PT), em visita à Casa Joana, anunciou que por meio de uma emenda parlamentar, do deputado federal Rubens Otoni (PT), foram destinados R$ 200 mil reais. A presidente Andreia Rezende (Avante), em 2024, intermediou junto ao deputado estadual Amilton Filho (MDB), emenda para a Casa Joana. A entidade também está na relação de beneficiados com emendas impositivas aprovadas no Poder Legislativo.