Em prestação de contas, prefeito Márcio Corrêa reconhece atuação da Câmara na captação de recursos para Anápolis

Em discurso no plenário Teotônio Vilela nessa sexta-feira (24.out), em sessão especial de prestação de contas do 2º quadrimestre desse ano, o prefeito Márcio Corrêa (PL) destacou a importância do Poder Legislativo na interlocução com os diferentes representantes políticos da sociedade para a captação de recursos para Anápolis.

“Eu devo muito à classe política, aos vereadores. Vejo de extrema relevância quando a Câmara faz um ato de recebimento da classe política – independentemente de cor e bandeira partidária – de representantes do governo estadual e do governo federal, porque a gente precisa sim dessas forças para realizar investimentos”, ressaltou.

Segundo o mandatário, em dez meses foram recuperados R$ 48 milhões que estavam perdidos em verbas do governo federal e estadual. Além disso, já estão depositados ou empenhados R$ 200 milhões para a cidade, grande parte já licitado. “Nossa meta era de R$ 50 milhões para 2025 e já temos R$ 200 milhões”, disse Márcio, citando emendas de parlamentares.

O prefeito afirmou que entre as prioridades nos próximos meses, está o fim do problema crônico da macrodrenagem urbana. “São mais de R$ 30 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para essas obras”, ressaltou. Márcio informou que Anápolis apresentou R$ 700 milhões em projetos para o governo federal, o que a coloca entre as cidades brasileiras que proporcionalmente mais estão presentes no PAC.

Sobre as finanças municipais, o prefeito frisou que 74% da receita está comprometida com a folha de pagamento. Somado os recursos para pagamento de empréstimo, sobram R$ 70 milhões mensais para todas as outras despesas da máquina pública. Outro débito mensal vai para a previdência, já que o Issa não tem recursos suficientes para pagar aposentadorias e pensões, cabendo ao Executivo fazer essa complementação.

Márcio agradeceu aos vereadores pela aprovação de lei que autoriza a prefeitura a contrair financiamento, um recurso que permitirá renegociar a dívida atual com juros menores. Ele revelou que tem feito reuniões em Brasília para encontrar a proposta mais vantajosa para o poder público municipal. “Estamos fazendo simulações para baixar a taxa do serviço da dívida”, completou.

Segundo o prefeito, o déficit herdado é de um empréstimo de R$ 800 milhões, cujo valor é bem maior considerando os juros, com 42 obras inacabadas. “Vamos conseguir valor superior a esse durante nosso mandato sem nenhum centavo de custo para o município, com a interlocução com os governos estadual e federal”, afirmou.

“O empréstimo não é o problema. O problema é optar por juros de agiota e sem subsídios. Apesar dos desafios, temos feito gestão com bastante planejamento e o apoio da classe política tem permitido e vai nos permitir retomar nossa capacidade de investimento”, ressaltou o prefeito.

Márcio prometeu destravar problemas crônicos na área de infraestrutura, como o que classificou como “colapso” no perímetro urbano das rodovias que cortam a cidade. Ele afirmou que independentemente de concessionária, servidores municipais vão sinalizar e colocar redutores de velocidade no trecho próximo à entrada da Vila São Vicente, na BR 060/153. “É o trecho com maior quantidade de óbitos da concessão. Vamos colocar quebra molas e sinalização por conta própria”, comunicou.

O prefeito também falou sobre o Plano Diretor, que precisa ser atualizado em 2026 e cujos debates já tiveram início. Ele lembrou que a APA do João Leite limita o crescimento da cidade e onde há possibilidade de expansão, o trânsito está colapsado. “Como autorizar o crescimento via Plano Diretor se o trânsito está travado?”, argumentou.

Márcio também falou sobre o processo eleitoral de 2026. Ele prometeu a retomada do protagonismo de Anápolis nos debates estaduais. “Meu posicionamento será baseado naquilo que as pessoas têm de compromisso com a cidade. Anápolis não será curral eleitoral e vamos retomar o protagonismo político. Se tivéssemos protagonismo político, essa pouca vergonha das concessionárias não estava acontecendo”, afirmou.

O prefeito mencionou ainda o transporte coletivo. Ele revelou que a cobrança do estacionamento rotativo será implantada e o recurso apurado mensalmente será destinado ao sistema de transporte coletivo. “Nas próximas semanas sairá o subsídio do diesel para os ônibus do transporte coletivo. Anápolis é a única cidade do país que não tem e não me perguntem porque”, frisou.