Campanha pelo fim da violência contra a mulher é tema de audiência pública

por Fernanda Morais publicado 09/12/2022 10h16, última modificação 09/12/2022 10h16
Campanha pelo fim da violência contra a mulher é tema de audiência pública

Campanha pelo fim da violência contra a mulher é tema de audiência pública

Na noite da última quinta-feira (8.nov), a Câmara Municipal realizou audiência pública com o tema da campanha "21 dias pelo fim da violência contra a mulher".

A iniciativa foi da vereadora Cleide Hilário (Republicanos), atual 2ª secretária da mesa diretora, também responsável pela lei que criou a Procuradoria Especial da Mulher no Legislativo.

"Fiz questão de reunir mulheres que defendem mulheres e que militam em Anápolis para ajudar àquelas que são vítimas de violência doméstica", explicou Cleide Hilário.

A vereadora também explicou sobre a escolha do tema da audiência. Segundo a parlamentar a iniciativa começou conhecida como “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher''.

"No Brasil, acontece de 20 de novembro a 11 de dezembro e é chamada de "21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres", pois seu início ocorre em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, considerando a dupla vulnerabilidade da mulher negra.

As vereadora Andreia Rezende (SD) e Seliane da SOS (MDB), também participaram dos debates que teve ainda como palestrantes a delegada da Mulher em Anápolis, Isabela Joy, a Promotora de Justiça da Mulher, Carla Brant, a responsável pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Maristela Rodrigues e a representante da OAB Anápolis, Tatiane Ferreira.

A vereadora Andreia falou sobre o aumento da representatividade das mulheres no Legislativo e o quanto o Poder em Anápolis tem se dedicado em apoiar das instituições que apoiam e protegem vítimas de violência doméstica.

"Também ficamos felizes em ver que cada vez mais ocupamos espaços que antes eram preenchidos apenas por homens". A exemplo a vereadora citou a Copa do Mundo de Futebol que acontece no Qtar.

"Um País conhecido pela falta de garantias dos direitos das mulheres tem hoje sedia uma Copa com um trio de arbitragem feminino. Temos também mulheres narrando o maior evento esportivo de futebol do mundo para várias emissoras de TV. É um grande avanço, mas precisamos ir além", discursou.

A vereadora Seliane comentou sobre a importância de continuar com ações que divulguem as leis de proteção para mulheres. "Vimos que temos uma boa legislação, mas que ainda é possível avançar. Mulheres vítimas de violência, muitas vezes acham que agressão é somente a questão física, mas tem muita mulher morrendo por dentro sem saber onde buscar ajuda", comentou.

Palestras^

Uma das palestrantes da noite, a delegada da Mulher em Anápolis, Isabella Joy elogiou a rede de proteção que existe em Anápolis. A rede, segundo ela, além de defender, proteger, também acolhe mulheres vítimas de violência doméstica.

A policial também chamou atenção ao dizer que a Lei Maria da Penha é "muito boa, tem uma abordagem precisa contra agressores, mas, por falta de estrutura das delegacias, não só em Goiás, ficamos com sensação de que seria possível fazer ainda mais pelas vítimas".

No caso de Anápolis, a delegada elogiou sua equipe de trabalho, que, segundo ela, dentro da estrutura disponível busca fazer sempre o melhor para receber as mulheres vítimas de violência. "Recebemos casos todos os dias, pedimos que as autoridades voltem os olhos para esse setor da segurança pública".

A representante do Ministério Público na audiência, promotora Carla Brant, também falou sobre o avanço nas leis de proteção às mulheres, mas também ponderou sobre a necessidade de propor avanços no quesito e ainda as dificuldades em garantir o fim do ciclo da violência doméstica.

"Cito aqui a demora para conclusão dos processos judiciais, do julgamento e aplicação das penas para os agressores. Outra situação é que muitas mulheres ficam presas nesse ciclo de violência porque o primeiro obstáculo, principalmente para aquelas que são dependentes financeiramente, é exatamente a questão da sobrevivência" disse.

A promotora continuou. "Para onde essa mulher vai depois de denunciar o seu agressor? E se ela tem filhos. Essa mulher precisa de um trabalho, de um local para morar. Sugiro propostas como aluguel social, ver a possibilidade de isenção de impostos para empresas que priorizem contratação de mulheres vítimas de violência. Temos vários projetos que podem ser executados para ajudar essa mulher e assim ajudar a romper esse ciclo de violência. O Apoio político, sem dúvida, é fundamental".

Também palestraram na audiência a advogada Tatiane Ferreira, em nome da OAB e Maristela Rodrigues do Conselho Municipal de Direitos da Mulher.

A reunião foi finalizada com a entrega de certificado de Moção de Aplauso para representantes de instituições que atuam na defesa e proteção de mulheres.

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