Câmara de Anápolis realiza sessão solene para celebrar Dia Nacional da Consciência Negra

por Marcos Vieira publicado 17/11/2022 09h25, última modificação 18/11/2022 09h50
Câmara de Anápolis realiza sessão solene para celebrar Dia Nacional da Consciência Negra

(Foto: Ismael Vieira)

Uma sessão solene realizada na noite de quarta-feira (16.nov), no plenário Teotônio Vilela, celebrou o Dia da Consciência Negra, uma iniciativa do vereador Delcimar Fortunato (Avante). Moções de aplauso foram entregues a homens e mulheres representativos do povo negro em Anápolis.

O Dia da Consciência Negra é comemorado anualmente, em todo o Brasil, em 20 de novembro. A data faz referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, ocorrida em 1695, um símbolo da resistência dos povos escravizados no país.

A sessão solene foi dirigida pelo vice-presidente Domingos Paula (PV), que reforçou a importância do Poder Legislativo estar envolvido em temas atuais, como a luta contra o racismo, ao mesmo tempo em que valoriza costumes e valores herdados dos povos de origem africana, que ajudam a compor uma sociedade brasileira multirracial.

Em seu discurso, Delcimar disse que a data traz à memória os antepassados e leva a todos a refletir sobre a necessidade do fim do racismo. “Enquanto a desigualdade perdurar, precisamos manter essa luta nos 12 meses do ano”, frisou.

O vereador do Avante deu um depoimento emocionado da sua luta por um mandato, disse que em diferentes momentos foi desacreditado por alguns, mas persistiu e hoje representa o povo anapolino na Câmara Municipal.

O vereador Cabo Fred Caixeta (Avante) frisou que é inadmissível que nos tempos atuais exista descriminação pela cor da pele. Ele disse que contra o racismo, muitos “zumbis dos palmares” estão lutando no dia a dia, e que Delcimar é um deles.

O vereador Hélio Araújo (PL) lembrou que todos os brasileiros formam um único povo, de uma nação rica e próspera, portanto não há sentido que exista descriminação em pleno século 21.

Para a vereadora Seliane da SOS (MDB), é preciso respeitar todos os seres humanos. “Às vezes observamos casos de racismo que acontecem tão longe da gente e ficamos indignados. Que essa reação seja do mesmo tamanho em situações próximas”, comentou. Seliane também ressaltou o orgulho de Delcimar Fortunato em ser preto e com isso manter uma luta diária pelo fim do preconceito.

A vereadora Cleide Hilário (Republicanos) definiu que a raça não pode ser a principal definidora do que a pessoa será, sobretudo não deve ser um excludente de oportunidades. Ela comemorou e agradeceu a presença de seu marido, Horlisten Elias de Barros, na lista dos homenageados da noite. Militar da Força Aérea Brasileira, Horlisteu é de origem humilde, de uma comunidade no Rio de Janeiro, mas segundo Cleide batalhou e superou desafios para se tornar um “homem honrado em casa e no trabalho”.

Também homenageado pela Câmara de Anápolis, o deputado estadual eleito Ricardo Quirino (Republicanos) citou a Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu discurso: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.

“Ou seja, todos nós nascemos livres e iguais. Não precisamos ser tratados como coitados, pois somos capazes. Se não ocupamos tantos cargos na esfera pública e privada, não é por falta de consciência ou inteligência, pois a história mostra que muitos dos nossos direitos foram tolhidos, desde escravidão”, reforçou Quirino.

Representando o Poder Executivo, o vice-prefeito Márcio Cândido (PSC) frisou que o Dia da Consciência Negra desperta à reflexão. “E a nação tem uma dívida gigante com a população negra”, comentou. Ele condenou a divisão das pessoas e lembrou que Cristo se entregou no calvário e morreu por todos, sem distinção.

A professora Gislaine de Souza Ribeiro, que discursou em nome dos homenageados, ressaltou que a data é uma ocasião para refletir sobre o longo caminho que é preciso percorrer por uma sociedade igualitária, principalmente para a mulher preta. “A cor não pode ser o único elemento para determinar se algo é bom ou não. A sociedade precisa acelerar o fim do preconceito”, ressaltou.

Homenageados:

Ailton Luiz da Silva
Antônio Valdir de Oliveira
Celeste Lourenço
Crislaine Maria de Souza
Deliza Francisca Santos
Edilene Aguiar Rodrigues Pereira
Elaine Silva Ribeiro Ferreira
Gilson Oliveira de Jesus
Gislaine de Souza Ribeiro
Horlisten Elias de Barros
Jeferson Rodrigues Lemos
Jéssica Silva Salgado
João Tadeu do Nascimento
José Carlos da Silva
José Humberto Alves Cardoso
Marco Aurélio Vieira de Sousa
Maria Fortunato Félix
Neuza Ursulina de Oliveira Silva
Osmar Delfino Pereira
Renato Carlos de Oliveira Tocchio
Ricardo Quirino dos Santos
Vitória Elias dos Santos
Zélia Rodrigues Theodoro Alves

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