Câmara de Anápolis realiza audiência pública para debater sobre Cuidadores nas Escolas

por Geovana de Bortole publicado 25/03/2024 14h55, última modificação 25/03/2024 16h09
Câmara de Anápolis realiza audiência pública para debater sobre Cuidadores nas Escolas

Foto: Ismael Vieira

A Câmara de Anápolis realizou uma audiência pública na manhã desta segunda-feira (25.mar), para debater sobre o tema Cuidadores nas Escolas.
A iniciativa partiu do vereador Frederico Godoy (Agir), e contou com as presenças dos vereadores Professor Marcos (PT) e Reamilton Espíndola (Republicanos).

A mesa diretiva teve foi composta pelos vereadores e pela presidente do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência, Juliana Francis e Juliana Amorin, diretora de Inclusão e Diversidade na secretaria municipal de Educação.

Frederico Godoy disse que as mães pediram por essa audiência para ouvir os pais de crianças que precisam de cuidadores no município. “É importante conhecer todas as necessidades para que possamos realizar um trabalho de qualidade”, frisou.

Juliana Francis disse que as crianças não estão com a carga horária preenchida nas escolas. “Muitas crianças não ficam o tempo todo, pois não tem um cuidador para ela. A educação é um direito de todos. Peço um socorro para a secretaria de Educação para que encontre uma solução”, afirmou.

O vereador Professor Marcos falou que vivemos em uma sociedade em que historicamente há exclusão. “O tratado de Salamanca só obriga matricular os alunos com deficiência em 1994. Esse acordo fez o Brasil passar a aceitar os alunos. Mas as escolas não estavam preparadas para inclusão. Nem todas as crianças com necessidades específicas precisam de cuidadores, muitos precisam de professores especializados. O desafio é muito grande. Os cuidadores tentam fazer o que conseguem. Precisamos avaliar perfil. Outra fragilidade é referente ao pagamento. É importante valorizar os cuidadores”, declarou.

Reamilton Espíndola falou que esse tema é recorrente e uma luta sua de anos. “Meu filho foi o primeiro aluno do CMEI Maria Capuzzu Cremonez, e aprendemos muito. Sempre nos preocupamos com a capacitação dos professores que pudessem acompanhar nossos filhos. Entendemos que precisávamos unir forças para ter mais aprendizagem aos profissionais de apoio. Sabemos da dificuldade econômica. Eu, como pai, aprendi muito dentro do CEMAD. Em breve teremos a Clínica Escola do Autista e teremos apoio aos autistas e um centro de treinamento dos profissionais. Essa é a luta de um pai, de uma associação. Nosso papel é buscar políticas públicas para avançar nessa questão. Hoje temos nessa Casa uma comissão permanente para a pessoa com deficiência”, contou.

Juliana Amorim, diretora de Inclusão da secretaria municipal de Educação, pontuou que toda equipe está participando dessa audiência, para discutir as demandas. “Nos colocamos a disposição de todos. Nosso trabalho é divido em assessorias, estamos com 108 escolas. Recebemos muita demanda muito laudo médico. Temos um déficit de professor educacional especializado. Dentro da diretoria, temos o profissional de apoio, que muitos chamam de cuidador. Em relação ao pagamento dos profissionais, o prefeito já autorizou o reequilíbrio”, afirmou.

A audiência contou com a presença de representantes da Casa Joana, Associação Pestalozzi, da Apae e de pais de crianças com necessidades especiais. Alcilena da Silva, foi uma das mães que contou sua experiência. “Pedimos que as escolas ouçam as famílias, pois elas que sabem as especificações de cada criança. Peço um pouco de empatia e de amor, e que a família seja inclusa no processo para que tenha resultado”, disse.

No final da audiência, o vereador Frederico Godoy disse que vai preparar um documento para apresentar todas as demandas e buscar pela solução.

registrado em: