Audiência Pública aborda políticas públicas e homeschooling para autistas

por Fernanda Morais publicado 22/11/2021 22h38, última modificação 22/11/2021 22h38
Audiência Pública aborda políticas públicas e homeschooling para autistas

Foto: Geraldo Fleury

No início da noite desta segunda-feira (22.nov), foi realizada audiência pública para discutir políticas públicas e homeschooling para autistas em Anápolis. A iniciativa foi do vereador Reamilton Espíndola (Republicanos) que esteve acompanhado de sua esposa, Janaína Athaíde, presidente da Associação dos Pais e Amigos dos Autistas (Aspaa), ao longo dos debates.

Participaram ainda da audiência pais de autistas, o coordenador de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Marcos Aurélio da Silva, a superintendente da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) Anápolis, Nancy de Oliveira e representantes da saúde estadual e também da diretora de educação da Prefeitura de Anápolis, professora Juliana.

Reamilton Espíndola reforçou que a bandeira dos autistas é a pauta principal do seu mandato e ele, sempre que possível, vai dar voz a essa comunidade na Câmara Municipal. "Por isso sempre trabalhamo projetos e aprovação de leis voltadas ao tema", pontuou.

Segundo o parlamentar, ouvir pais e especialista am autismo, ajuda a trabalhar novos horizontes dentro do poder público para as crianças.

“Meu filho que fez 16 anos dia 20 de novembro, é autista. Ele é nosso presente em casa. Por ele, para ele e para todas as famílias que vivem essa realidade, estamos aqui hoje para debater novas políticas públicas e o homeschooling em Anápolis”, explicou.

Viviane Cunha, mãe de três filhos, um deles com autismo, evidenciou que muito já foi conquistado, mas a sociedade ainda precisa evoluir no quesito empatia e acolhimento não só aos autistas, mas para todas as diferenças comportamentais.

“Meu filho foi diagnosticado com autismo pouco antes de completar dois anos,foi precoce. Hoje ele tem 8anos. Mas já fui chamada na escola quando ele tinha dois aninhos e me disseram que ele não poderia continuar na unidade porque não tinham profissionais preparados para atendê-lo pedagogicamente”, contou.

“Como chorei, e perguntei o porque essa exclusão já que, por lei, meu filho, assim como todas as crianças, tem direito a educação, a saúde e lazer . Me machucou muito. Hoje meu filho está matriculado em uma escola regular, tem acompanhamento especializado e se desenvolve no ensino e na interação com os colegas. Mas me propus a ser voz de pais que passam situações semelhantes a minha”, pontuou.

O engenheiro de software, Cristian Queiros, falou sobre o homeschooling. Segundo ele o método é realizado em casa com seus três filhos, o mais velho deles com 13 anos. Ele também realiza palestras e lives sobre a legalização do homeschooling no Brasil.

“E nada mais é do que o ensino em casa. Temos que ter essa liberdade de escolha. Ensinar em casa não significa que a criança não está aprendendo. Apenas vamos nos dedicar ao ensino domiciliar. E para essa questão de ensino, todos nós pais somos educadores por essência”, frisou.

Ainda em seu pronunciamento ele disse que o homeschooling funciona e “que meu filho é exemplo que está dando certo. Ele fala inglês, francês, tem boa leitura, desenvolve jogos, aprende sobre robótica e segue suas aptidões”, frisou.

Janaina Athaíde, presidente da Aspaa frisou que o Brasil ainda tem os piores índices educacionais do mundo. “E se é assim para crianças consideradas  com desenvolvimento normal, imagina para aquelas que tem condições especiais. Então vamos trabalhar e buscar políticas públicas para todos, que ofereçam dignidade para todos", pediu.

O presidente do Republicanos Anápolis, Brigadeiro Bragança, elogiou a iniciativa de Reamilton e falou sobre a causa nobre de todos os envolvidos no tema autismo em Anápolis “Os pais tem papel fundamental no desenvolvimento dos seus filhos, mas precisa do suporte do poder público. Essas audiências são fundamentais para elaboração de novas políticas públicas voltadas a esse público”, falou.

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