Álcool é debatido em palestra de psiquiatra durante a Semana Municipal de Combate ao Alcoolismo

por julio — publicado 23/02/2021 16h15, última modificação 23/02/2021 17h07
Álcool é debatido em palestra de psiquiatra durante a Semana Municipal de Combate ao Alcoolismo

Álcool é debatido em palestra de psiquiatra durante a Semana Municipal de Combate ao Alcoolismo

O psiquiatra Jairo Belém Júnior, que também é docente na faculdade de Medicina da Unievangélica e servidor da saúde pública no município, ministrou palestra sobre Alcoolismo, no hall da Câmara Municipal de Anápolis, na tarde desta terça-feira (23.fev). A iniciativa foi do vereador Wederson Lopes (PSC), ainda mais que a Semana Municipal de Combate ao Alcoolismo é comemorada no segundo mês do ano, entre os dias 18 e 24.

De acordo com Jairo Belém, o Alcoolismo é um problema que atinge todas as faixas etárias no Brasil e que tem se tornado uma verdadeira epidemia.

A psiquiatria, especialidade médica capaz de lidar com os problemas do cérebro e repercute no comportamento do ser humano, pode mitigar, na ótica dele, o problema do alcoolismo. O psiquiatra, disse Jairo Belém, pode tratar as crises de abstinência, de intoxicação, bem como evitar e prevenir o problema na sociedade.

Para o profissional da medicina, é difícil de tratar o alcoolismo. “É um problema de saúde pública, uma droga lícita e tóxica”, definiu.

Durante a palestra, o problema, frisou Jairo Belém, consiste na sua prevenção. Na verdade, todos os problemas médicos, em sua esmagadora maioria, devem ser combatidos com a prevenção. “É sempre melhor prevenir uma  doença do que trata-la”, garantiu Jairo Belém. Ele insistiu que é muito mais simples, barato e fácil.

No decorrer de sua fala, ele trouxe informações alusivas ao uso e ao abuso do álcool, os tratamentos disponibilizados e, principalmente, os danos à saúde do paciente que é dependente de álcool.

“A melhor atitude é a prevenção”, garantiu ele. Ele salientou que a prevenção se faz na infância e na adolescência, considerada a fase mais sensível para que a população possa evitar os problemas  com o álcool e todas as outras drogas usadas na sociedade. Jairo Belém concluiu que é injustificável o uso de álcool por crianças e jovens     

 

Autor

Segundo Wederson Lopes, a importância do evento é a de aproveitar a lei, existente desde 2013, para refletir ações que visam combater a um mal que persiste na sociedade. O vereador teve a iniciativa de criar a Frente Parlamentar de Combate às Drogas e participou da fundação do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas (COMPOD). “O álcool é considerado uma droga pela Organização Mundial de Saúde, como uma droga lícita. Por esse motivo, às vezes não levamos tão a sério a pessoa do alcóolatra, considerada demente. Ela, sim, precisa de ajuda”, discorreu.

O vereador explicou que é por meio de mensagem, com transmissão ao vivo e respeitando o distanciamento, que o assunto pode ser propagado. Na visão dele, a sociedade precisa refletir a respeito da complexidade e da gravidade dessa doença.

Para o vereador, a luta é árdua. Ele ponderou que existe uma confusão da pessoa que bebe, que ingere álcool, só que não é um alcóolatra, daquela pessoa que é um alcóolatra e precisa de ajuda. “Às vezes, é muito levado na brincadeira, em piada, mas é muito sério. A pessoa que tem essa doença é compulsiva, ela não consegue parar de beber. Por vezes, esse alcóolatra pega o carro, dirige, e pode acontecer acidentes, graves, fatais, por falta de alguém ajudar esse alcóolatra, com necessidade de tratamento. Por isso que estamos trazendo um profissional, para que uma palestra técnica-científica aconteça e dê experiência própria em lidar com o assunto na sociedade”, refletiu.

Frutos? Para o parlamentar, a população pode colher a curto, médio e longo prazos, mas vai depender de como as pessoas receberão a mensagem e vão praticar isso. Quanto mais pessoas refletirem acerca do tema, melhor, na ótica dele.

Opinião feminina

A vereadora Cleide Hilário (Republicanos) participou da mesa diretiva dos trabalhos. Ela destacou que o alcoolismo atinge todas as camadas sociais. De acordo com ela, quando se trabalha e consegue recuperar uma pessoa, não se recupera apenas o alcóolatra, mas a família que vive aquele problema.

“A gente vê famílias serem destruídas, dilaceradas, por questão do alcoolismo. Muitas das vezes as pessoas pensam que a droga é só aquela lícita, como a maconha, a cocaína e o crack. Infelizmente temos a questão do álcool. Nesse período também vemos famílias serem destruídas por conta da questão alcóolica. Com isso aumenta a violência, o divórcio, a desunião, entre outras coisas. Então, é levar a conscientização e recuperar a pessoa, para que a família a qual pertença, seja recuperada”, avaliou a vereadora.

 Cleide Hilário salientou que é fundamental a conscientização, para a recuperação de tal público. Ela citou que já presenciou pais doentes serem observados por filhos e terem seus direitos manchados. Para ela, há um sofrimento muito grande e isso precisa ser trabalhado.

  

 

Foto: Guto Neves