“Casos de violência psicológica contra a mulher têm crescido assustadoramente”, diz Dra. Trícia

por Marcos Vieira publicado 18/08/2021 16h02, última modificação 18/08/2021 16h02
Em discurso na tribuna, na sessão dessa quarta-feira (18.ago), a vereadora Dra. Trícia Barreto (MDB) falou sobre violência contra a mulher, mote do Agosto Lilás.
“Casos de violência psicológica contra a mulher têm crescido assustadoramente”, diz Dra. Trícia

Vereadora Dra. Trícia Barreto, do MDB (Foto: Ismael Vieira)

“É muito fácil reconhecer uma mulher violentada fisicamente, tem os hematomas. Isso facilita a denúncia da vítima e de quem a vê. O que não acontece na violência psicológica, que tem crescido assustadoramente na nossa cidade”, discursou a vereadora, ressaltando que toma conhecimento dos casos em atendimentos que faz como ginecologista no SUS, em seu consultório e na Policlínica da Vila Jaiara.

Segundo a vereadora, os casos de violência ultrapassam os muros das casas, existindo assédio moral na escola, no trabalho e, “pasmem, na igreja”.

A tomada do poder no Afeganistão pelo Talibã também foi citada pela vereadora. Segundo ela, o fato é encarado também como uma demonstração do quanto a causa das mulheres é sensível.

“Temos mulheres saindo daquele país por causa do passado recente, de opressão por questões religiosas”, afirmou Trícia. Ele ressaltou que não iria se aprofundar nesse ponto, mas qualquer pesquisa sobre o Alcorão deixa claro que o livro sagrado dos muçulmanos é contra radicalismos e violência contra a mulher. “Alá considera a mulher um ser virtuoso”.

Dra. Trícia comentou que casos de mutilação genital e casamento forçado no regime Talibã comprovam que a “causa é frágil e a luta é diária”. Ela concluiu sua fala com um recado aos movimentos de defesa da mulher:

“Eu finalizo aqui com uma pergunta às nossas ativistas brasileiras que se uniram e fizeram um movimento ao redor de todo mundo contra o médico gaúcho Victor Sorrentino, pelo fato passado no Egito há pouco mais de dois meses. Onde estão vocês agora? Por que vocês não atuam agora? Ou a causa de vocês não é essa? Ou a sororidade é só uma palavra bonita da moda? Estamos perdendo o foco. A nossa briga não é partidária, a nossa luta não é por ideologia política e muito menos contra o governo atual. A nossa luta é para que a gente não veja os nossos poucos direitos e as nossas poucas conquistas despencando aos nossos olhos. Hoje no Oriente, mas pode chegar ao Ocidente”.